Primeiro Passo : Reunir toda
documentação disponível sobre seus familiares:
Certidões de nascimento, casamento e óbito, carteiras de
identidade, de trabalho, passaportes, documentos de naturalização,
títulos de eleitor, salvos - condutos, formais de
partilha, certificados escolares, etc... As biblias
antigas continham muitas vezes anotações familiares. Cadernos escolares
antigos, diários, cartas recebidas de parentes do exterior são muitas vezes
fonte riquissima de informações sobre nossos
ancestrais. Vasculhe os baús do sótão a
procura deles. Junte as fotos antigas e procure saber quem são as pessoas que
aparecem nelas.
Os
documentos servirão para montar a árvore genealógica, enquanto as fotos, cartas e
objetos pessoais nos ajudam a montar a história da família. Sem a árvore
genealógica, a história familiar começa a bater em obstáculos intransponíveis e perde
o sabor e o contato com a realidade.
Para não
se perder, é preciso partir do conhecido para o desconhecido: dos parentes mais próximos
para os parentes mais distantes. Numa família há sempre muitos nomes parecidos
(Ex. meu avô se chamava Fernando Julio Korndorfer, a mim me acrescentaram um Neto
no final e meu filho, que também se chama Fernando Julio Korndorfer, recebeu um III ao
final, por falta de opção) . Na Alemanha era costume dar o nome do avô ao filho homem,
e assim várias gerações teriam, por exemplo, o primeiro nome Johann mas variariam
o segundo: Johann Phillipp, Johann Daniel, Johann Gerhardt . Em casa ele seria chamado
apenas de Phillipp, Daniel, Gerhardt, etc. Muita gente boa só descobriu o nome completo
do avô ao ver uma certidão de nascimento ou outro documento oficial.
Segundo Passo : Compor um banco de dados,
a partir dos documentos acima, onde constem, no mínimo, os seguintes dados: nome
completo, apelidos, datas e locais de nascimento, casamento, morte e sepultamento,
nomes dos pais, dos sogros, dos irmãos, da esposa e filhos (o nome da esposa deve sempre
ser o nome de solteira). Voce pode fazer isso em uma folha de papel, num caderno, ou
usando um software.
Os
softwares abaixo são os mais usados no mercado, hoje. Destes, apenas o Personal Roots da
Expert é em português. Os demais
são em inglês, ainda que existam dois outros softwares menos conhecidos já com versão
em português.
- Brother's/Keeper
http://ourworld.compuserve.com/homepages/Brothers_Keeper/
- Family Tree Maker
http://www.broderbund.com
- Expert/Personal/Roots
http://www8.zdnet.com/pcmag/issues/1415/pcm00140.htm
- Personal Ancestral File
(PAF) http://www.genealogy.org/~paf/
O software padrão para Genealogia, hoje, é o Family Tree Maker 5.0 que, além de ser um
banco de dados, possue várias ferramentas para a montagem da árvore familiar em
vários formatos de impressão. A mais importante delas é a ferramenta Book, que auxilia
voce a escrever um livro sobre a sua família.
É
importante anotar sempre o nome das pessoas com a grafia que consta da certidão de
batismo, mas os outros nomes pelos quais a pessoa era conhecida são importantes. A
maioria dos softwares acima permite também colocar outros nomes pelo qual a pessoa era
chamada ou conhecida. Por exemplo, meu avô Fernando era conhecido na cidade pelo
nome Ferdinand, a forma alemã para o seu nome oficial (Guilherme seria
Wilhelm). Alguns
imigrantes optaram por mudar o seu nome na hora da entrada no Brasil, e, mais comumente,
os escrivãos que anotavam os nomes dos imigrantes não sabiam falar a lingua estrangeira
e cultuavam o "achismo" (isto é, "eu acho que se escreve assim....").
Isso dificulta a obtenção de passaportes de outras nacionalidades pelos descendentes
brasileiros, pois é necessário provar que o Giovani Gusso e o Giovani Guzzosão a mesma
pessoa e fazer as correções oficiais.
Terceiro Passo: VEJA O QUE FALTA Fazer um levantamento dos dados faltantes
relativamente a cada indivíduo. O Family Tree Maker, por exemplo, permite que voce anote
e priorize todas as coisas que precisa esclarecer e que faltam descobrir. Muitas vezes é
util estimar as datas em que determinados eventos poderiam ter ocorrido, bem como as
localidades onde aconteceram. Por exemplo: se o costume é realizar o casamento na
cidade da noiva, é provável que os registros de casamento estejam na igreja da cidade
onde moravam os pais dela. Estas estimativas e suposições o ajudarão muito
na pesquisa (mas também podem atrapalhá-lo, se forem mal feitas).
Quarto Passo: COMECE AS PESQUISAS.
Entreviste
parentes e amigos dos seus pais, principalmente os mais idosos, buscando as informações
transmitidas oralmente entre os membros da família, objetivando preencher as lacunas
verificadas (item 3), bem como informações sobre onde e quando as pessoas viveram;
onde, quando e em quê trabalharam.
Faça a mesma pergunta, muito sutilmente, de modos diferentes às mesmas pessoas e em
tempos diversos, de modo a depurar as informações. Um gravador de bolso pode ser
um excelente instrumento para registrar essas informações. Anote mesmo aquelas não
confirmadas, tais como "minha avó era da tribo X" ou "meu bisavô foi
conde no país Y". Você verá que essa é uma parte muito
gostosa da genealogia: aparecerão brigas, fofocas, alegrias, surpresas, escandalos ,
derrotas e sucessos. E duas pessoas contarão o mesmo fato de forma totalmente
diferente.
Recheie seu banco de dados com informações pessoais de cada um: formação acadêmica,
línguas que falava, instrumentos que tocava, clubes a que era associado, países que
visitou. Anote, também, as anedotas e os fatos pitorescos que
aconteceram com eles, trace um perfil psicológico e dê a descrição física
dos que conheceu ou tem referência. (Uma história que minha mãe conta: O pastor
evangélico que a casou era alemão, e o seu português tinha um sotaque terrível. Ao
entregar os anéis aos noivos, ele quiz dizer "Que o amor de voces seja firme como
este arco" mas o que os convidados escutaram foi algo parecido com "Ke o amôa
te focês secha fíame como esterco")
Quinto Passo: INICIE A PROCURA DOS REGISTROS OFICIAIS
Descobertas as cidades brasileiras de onde vieram os antepassados, comece a procura dos
documentos que registram as histórias deles: pesquise em Cartórios de Registros Civis e
Arquivos Paroquiais ou Livros de Registros de igrejas , levando-se em conta as localidades
e épocas reais ou hipotéticas (itens 2 e 3).
Nesta etapa você pode entrar para
uma lista de discussão de genealogia brasileira, caso tenha acesso à Internet. Há duas
no Brasil que merecem destaque pela ajuda que dão às pessoas: O Site Oficial de
Genealogia no Brasil , e a Central de Genealogia, cujas instruções de assinatura
(grátis) estão respectivamente em:
Sexto
Passo:
APROFUNDANDO AS PESQUISAS
Outros locais de
pesquisa: bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos,
institutos históricos / geográficos / genealógicos, academias de
letras, etc. Não se esqueça de uma visita ao cemitério para passar
a vista nos registros de óbitos: muitos deles já estão se informatizando
(od de Curitiba, por exemplo) e a pesquisa é bastante rápida. Os livros de
sepultamento e as lápides por vezes trazem informações
valiosíssimas.
Nessa etapa voce se
aproxima mais dos ascendentes que imigraram, e começa a descobrir os locais
de onde eles vieram, como vieram, o que fizeram nos primeiros tempos aqui no
Brasil, o navio em que viajaram, o porto no exterior, etc. No Rio Grande do
Sul os genealogistas Dullius e Petry produziram o valiosíssimo livro
"Cemitérios de Colonias Alemãs no RS" debaixo de chuva, em
noites escuras, com lanterninha na boca e lápis na mão, anotando nomes e
datas dos imigrantes alemães e seus descendentes. Ou o paciente
trabalho de Gaspar Stemmer, traduzindo e copiando os registros de
nascimentos, óbitos, casamentos, comunhões, etc. das igrejas evangélicas
de Dois Irmãos, Estancia Velha, Campo Bom, Hamburgo Velho, Ivoti e outras,
contidos em volumes que os pastores evangélicos itinerantes carregavam
consigo de igreja em igreja desde o início da colonização...
Nesse ponto, talvez
você queira considerar a conveniência de entrar para alguma associação
que congregue genealogistas (amadores e profissionais). Procure sempre por
aquelas que gostam de ajudar: as mensalidades são pequenas comparadas com
os benefícios que voce recebe e o custo de aprender sozinho o caminho das
pedras. Mas não espere que lhe entreguem uma árvore pronta: esta tarefa
cabe a você.
No Brasil existem quatro
associações atuantes:
- INGERS-
Instituto Genealógico
do Rio Grande do Sul (fundado em 1985),
Rua Vigário José Inácio 371 -
salas 1420 e 1421 - Galeria do Rosário
Porto Alegre - RS - Fone/fax (051)
224.3587
Email para contato:
Arthur@hotnet.net
- CBG- Colégio Brasileiro de
Genealogia, no Rio de Janeiro. (Fundado em 1965)
a/c Instituto Histórico e
Geográfico do RJ
Rio de Janeiro - RJ
- O IGEPAR- Instituto de
Genealogia do Paraná, em Curitiba. (Fundado em 1998)
Rua Veronica Szeremeta 27 - Jd.
Verginia IV
82320-410 - Curitiba - PR
Fone (041)273.2958
http://www.bsi.com.br/~igepar
E-mails: fledermaus@sul.com.br e
doubusse@mps.com.br
- O CEGENS- Centro de Estudos
Genealógicos do Vale do Rio Pardo, em Santa Cruz do Sul (RS)
E-mails: genio@compusat.com.br
Sétimo
Passo: VOCÊ JÁ
ESTÁ VICIADO: A
DROGA GENEALÓGICA CORRE NAS SUA VEIAS E VOCÊ VIRA UM ÁCARO DE BIBLIOTECA.
Consultar os livros de autores que trataram da história e genealogia locais . As
associações de genealogia tem livros especializados, contendo informações preciosas
que podem ajudá-lo sobremaneira. Os "sebos" apresentam opções baratas para
compra.
O Rio
Grande do Sul é, sem dúvida, o estado brasileiro onde mais se desenvolveu a busca pela
história familiar e a genealogia. Em função disso, também é o estado que produz mais
publicações sobre o assunto. Várias associações foram criadas com a finalidade
de compilar e manter os registros históricos, para cada uma das etnias que compõe esse
nosso caldeirão de culturas. Eis algumas dessas instituições:
- PARA ALEMÃES
Instituto Hans Staden - São Paulo
- SP
Associação Nacional de
Pesquisadores da História das Comunidades Teuto-brasileiras - Lajeado - RS
- PARA ITALIANOS
Centro de Estudos Bandeirantes -
Curitiba - PR
??? (no RS)
A Fundação Agnelli - ??Belo
Horizonte??-Betim??- MG
- JUDEUS
- JAPONESES
- POLONESES
Oitavo
Passo: LIGUE OS
RAMOS BRASILEIROS À ÁRVORE E SUAS RAÍZES NO EXTERIOR
Há
várias formas de se fazer isso: No Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, encontram-se
muitas listas de imigrantes e passageiros de navios; no Museu do Imigrante, em São Paulo,
há listas de imigrantes em computador, de fácil consulta; o Centro de Estudos
Bandeirantes do Paraná, possui muitas informações. Mas há um lugar onde você
encontrará todas estas informações em microfilmes.
A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias, conhecida como Mórmons, tem o maior acervo
mundial de microfilmes com informações genealógicas (listas de passageiros de navios,
registros de igrejas, livros de arquivos públicos, livros de cartórios e documentos de
todos os tipos) . São mais de 700 milhões de nomes. Eles incentivam seus membros a
fazerem suas árvores e os seus Centros de História da Famíla (CHF) que funcionam
junto aos templos, são riquíssimos em informações genealógicas, sendo o acervo de
livros, microfichas e microfilmes franqueados ao público, mesmo que não professe a
religião.
Nono Passo: LIGUE-SE NOS SITES GENEALÓGICOS DA INTERNET
Os
recursos na Internet, no que tange à genealogia luso-brasileira, são ainda acanhados,
se comparados aos relativos a
outras culturas (italiana, norte-americana, judia, etc), mas têm aumentado, dia a dia, os "sites" e
"home pages" brasileiros e portugueses na rede. Cabe ao pesquisador, regularmente, consultar as
"máquinas" de exploração da Internet (Yahoo, Cadê, Yahi, AltaVista, etc) sobre os temas genealogia,
história, sobrenomes, etc.
Para saber se há mais gente
pesquisando sua família, principalmente se ela for estrangeira, inscreva-se na Roots Surname List (RSL) em:
Ultimo Passo: PUBLIQUE UM LIVRO COM A HISTÓRIA DA SUA
FAMÍLIA E VENDA-OS NAS " FESTAS DA FAMÍLIA." (Mas isso é assunto para outros artigos)
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